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Bate-papo com Aiello Mclion

Nosso convidado faz parte do casting exclusivo da agência Emplacar Você, possui uma carreira de 10 anos no teatro, ele já participou de diversos espetáculos profissionais, entre eles “A Igreja do Diabo”, uma adaptação da obra de Machado de Assis, que o levou a viajar por 15 cidades do interior de São Paulo e se apresentar em mais de 50 escolas. O objetivo do espetáculo era incentivar os jovens a se interessarem mais pela leitura, trazendo comédia e atualidades para o conto.

No audiovisual, nosso entrevistado marcou presença na série de sucesso “Stupid Wife”, que acumulou mais de 100 milhões de visualizações no YouTube e conquistou diversos prêmios. Hoje, ele desenvolve seus próprios projetos por meio de sua produtora, 74 Lions, além de ter participado da 2ª temporada de “Os Outros” (Globoplay) e do curta-metragem “Quebra-cabeça”. Vamos conhecer mais sobre sua trajetória, inspirações e planos futuros nesta entrevista exclusiva.

Conte um pouco da Aiello o que gosta de fazer quando não está atuando, é leitor, escritor, pratica esportes?

Gosto muito de ler e de consumir livros. Todos os dias de manhã, ouço de 1 a 2 audiobooks no aplicativo 12 minutos, que aliás recomendo para todos. Não substitui o livro, mas é uma forma muito interessante de absorver conhecimentos novos em pouco tempo. Antes de dormir, geralmente leio algum ebook ou livro de atuação. Os livros sobre atuação, roteiro, cinema e bibliografias são os que geralmente leio, e sobre autoconhecimento, performance e mercado financeiro, costumo escutá-los no aplicativo pela manhã.

Gosto muito de esportes. Já fui atleta de boxe e representava minha cidade em competições regionais com 13 anos. Também já competi em natação e nado costas. Atualmente, faço academia e jogo futmesa aos domingos na praia, quando é possível. Além disso, sou semi-profissional em tênis de mesa e já ganhei vários torneios amadores. Amo jogar!

Obviamente, amo assistir filmes e séries. Algumas curiosidades sobre mim: gosto muito de inventar drinks. Já fui barman quando tinha 18 anos e até fiz o casamento da Marina Ruy Barbosa nessa época. Naquela época, era muito amigo de um mixologista (profissional em criar drinks novos). Por mais que não beba muito fora de casa, quando estou em casa com os amigos, sempre faço drinks novos, batidas e outras coisas que nem sei o nome ao certo. Inventei um novo esporte no aterro chamado “malabares em maratona”, que nada mais é do que correr fazendo malabares. A galera em geral acha bem estranho, mas fico feliz que funciona para mim.

Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?

Meu primeiro contato com o teatro foi sem saber que era teatro! Eu estava na sala de aula com 10 anos de idade, numa aula de história. O professor Garcia, nitidamente com preguiça de dar aula naquele dia (ele era meio maluco, no bom sentido), estava explicando sobre os bárbaros e vikings. Em dado momento, ele disse: “Quero 3 voluntários”. Na hora, eu levantei a mão, o que é estranho, já que, apesar de ser meio palhaço para algumas coisas, eu era bem tímido. Ele nos chamou e mais dois colegas à frente da sala e disse: “Vou dar 2 minutos para vocês interpretarem a versão de vocês dos bárbaros”. Na hora, nós três começamos a agir e vi que as pessoas começaram a rir muito. Eu só fiz, não pensei em nada. Em determinado momento, ouvi alguém dizer: “Olha o Aiello, isso está muito engraçado”. Quando terminei, percebi que todos estavam rindo e olhando para mim. No final, o professor disse para cada um votar em um dos três para saber quem eles tinham gostado mais. Em parênteses na história, sempre fui, de longe, o garoto mais odiado da sala. Eu era um gordinho sem amigos que, para chamar atenção, infernizava todo mundo. Na teoria, ninguém votaria em mim por isso, mas aconteceu o contrário. Das 30 crianças, cerca de 25 votaram em mim. Fiquei assustado. Isso foi muito marcante para mim, porque eu era extremamente solitário. Naquela época, não tinha consciência disso, mas, de verdade, foi a primeira vez na vida que me senti amado socialmente, por outras pessoas que não fossem minha mãe. Teve um significado gigante. E para completar, o professor ainda deu meio ponto na média para nós três pela coragem de ir lá à frente. Foi nessa época que comecei a praticar esportes. Entrei para o boxe, emagreci 15 quilos, me tornei um atleta e, aos 13 para 14 anos, estava em uma luta. Minha mãe estava assistindo e, depois de tomar um soco muito forte no estômago, fiquei alguns minutos no chão com muita falta de ar. Minha mãe ficou extremamente assustada e me fez sair do boxe. Em 14 de janeiro de 2014, entrei para o teatro na minha cidade. Foi algo tão louco que, logo no primeiro ano, participei de 7 espetáculos teatrais. Em 27 de julho de 2015, aos 16 anos, estava saindo de casa para fazer um curso profissionalizante em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e, aos 17 anos, já estava me mudando para São Paulo para me dedicar totalmente à minha profissão. E aqui estamos, 10 anos depois, plantando e colhendo os resultados desse trabalho contínuo.

O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?

Precisei abrir mão de muitas coisas, sempre fui muito focado. Não tive aquela fase adolescente em que você faz besteiras e meio que “está tudo bem”.

Quando não estava estudando, eu estava trabalhando para pagar meus cursos. Trabalhei em todas as áreas possíveis, e apesar de minha mãe me ajudar, eu também tinha que ajudá-la para não ficar tão difícil. No entanto, no último mês, tive que abrir mão de algo muito valioso para mim: a famosa liberdade financeira. O último ano foi extremamente intenso, pois decidi focar 100% na minha produtora e no meu estúdio. O estúdio acabou dando certo mais rápido, então decidi priorizá-lo. No entanto, simplesmente fechei tudo para dedicar 100% do meu tempo à minha carreira como ator e ao que mais amo na vida: atuar!

Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?

O grande barato da profissão é esse, você mergulhar cada vez mais profundo em seus personagens. Algo que adquiri nos últimos anos é não aceitar qualquer papel, tento sempre entender qual o lugar daquela, sobra o que estão falando e qual o papel do meu personagem na hora de contar aquela história. Realmente não existe papel pequeno, todo papel tem sua importância e vou me dedicar sempre no 100% porém quanto mais destaque tem o papel naturalmente mais tempo será investido, dessa forma quanto mais destaque mais o papel tem que fazer sentido dentro do que acredito como artista. Gosto de papéis complexos onde no roteiro me dá vazão para trabalhar a psicologia do personagem e nunca ser algo preto no branco, vilão ou mocinho, o roteiro tem que me dar alguma coisa que permita trabalhar outros lados desse personagem.

Considera importante que o artista se recicle?  

Por ter essa referência no esporte e no treinamento, vejo o trabalho do ator de uma forma semelhante, mas com uma abordagem um pouco mais abrangente. No esporte, se você tiver uma mente confiante e treinar muito, já está meio caminho andado. No entanto, ser ator é um pouco mais complexo, pois envolve muito do nosso ser humano. Nós emprestamos muito de quem somos para os personagens, e tudo o que vivemos se torna um novo combustível para o ator. Acredito que o ator pode ser tudo, menos covarde, no sentido de não viver. Um ator que não vive, que não tem coragem de se arriscar em relacionamentos, de expressar-se, de assumir que cometeu erros, de dizer ou fazer algo com o grande risco de ser rejeitado – principalmente essa última – mesmo se for o melhor ator de todos, será rejeitado inúmeras vezes. Portanto, é importante estar preparado, estudar muito, ler, absorver, observar. Ser ator é um trabalho de 24 horas por dia, nossa referência é a vida, o outro. 

 Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?

Dois momentos marcantes foram fundamentais para o meu desenvolvimento. O primeiro foi quando percebi que, para dominar minha atuação, precisava dominar meu ego em primeiro lugar. Esse é um processo diário, pois o ego sempre estará presente e é importante para muitas coisas, mas não na hora de viver verdadeiramente outra vida no palco ou na tela. O ego do personagem é primordial, enquanto o ego do ator precisa ser anulado ao entrar em cena, caso contrário, todo o trabalho pode ser arruinado.

O segundo momento importante de evolução foi quando entrei no Ct Treinamento de Atores. Atualmente, frequento o Ct três vezes por semana e achava que era impossível amar ainda mais a atuação, mas estou em uma fase completamente apaixonada, completamente louco pela atuação. Essa paixão me deu forças para fechar meu negócio, que tinha potencial de se tornar milionário, e focar exclusivamente na atuação. Entrar no Ct foi como estar com uma pessoa que você ama há muitos anos e, de repente, esse amor se transforma em paixão novamente, mas somado ao amor que você já sente. No Ct, aprendemos absolutamente tudo que precisamos para sermos os melhores em nosso ofício, dependendo unicamente e exclusivamente de nossa dedicação.

Minha evolução foi incrível. Hoje, quando chega um teste, me sinto como um leão pronto para devorar aquela situação proposta e colocá-la na câmera com toda a minha verdade e entrega a essa obra.

Como foi o desafio de atuar no audiovisual na série Stupid Wife que ganhou diversos prêmios e acumula mais de 100 milhões de visualizações no youtube?

“Stupid Wife” foi extremamente importante para mim. Além de ter a honra de participar como ator, também atuei como assistente de fotografia. Ficamos mais de 20 dias em Itaipava gravando, e todos se dedicaram completamente para tornar esse projeto realidade. A série teve um alcance incrível nas redes sociais e ganhou 4 prêmios no Rio Web Fest, incluindo o de melhor elenco. É claro que é ótimo ter o trabalho reconhecido, mas o melhor de tudo foi conhecer as pessoas envolvidas. Muitas delas quero manter na minha vida e espero realizar muitos outros projetos juntos.

Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades?

O cinema e o teatro têm particularidades diferentes. Amo os dois de forma intensa e única, mas se fosse preciso escolher entre eles, ainda escolheria o cinema. O fato de uma obra cinematográfica se tornar parte da história é algo que me fascina. Assisto a filmes de 100 anos atrás e me emociono. Quero fazer um filme que daqui a 200 anos alguém assista e seja tão impactante para essa pessoa quanto é para mim hoje.

O teatro é a minha base. É um lugar sublime para o ator. Acredito que todo ator deve ter a experiência de atuar em peças, mesmo que escolha seguir um caminho mais voltado para o audiovisual. O teatro nos proporciona uma base sólida.

Já te acharam parecida com algum ator, artista ou celebridade?

Já me disseram que eu parecia com o Caio Castro quando era mais novo, mas pelo que me lembro, ele era a única comparação feita. 

Que personagem gostaria de interpretar?

Tenho muita vontade de interpretar personagens complexos, com uma psicologia profunda e distante da minha própria. Algumas referências que acho muito interessantes são Joe da série “You”, Tyler do Clube da Luta, Vito Corleone “O Poderoso Chefão”, ou personagens mais psicodélicos como o Coringa e um terço dos personagens interpretados por Jack Nicholson. 

Projetos futuros?

Meus projetos futuros incluem três séries que estão em fase de produção. 

Atualmente, estou focado em me autoproduzir por meio da minha produtora, 74 Lions. Sou grato por ter várias pessoas ao meu redor interessadas em tornar isso realidade. Basicamente, planejo produzir os projetos para que eu possa atuar e buscar oportunidades para realizar outros projetos que me interessem, seja no cinema, plataformas de streaming ou televisão.

Meu objetivo é conquistar um Oscar de Melhor Ator até 2050. Estou determinado a fazer escolhas assertivas para maximizar minhas chances de alcançar essa meta. Embora possa parecer distante, acredito que com determinação e dedicação em tempo integral ao longo da vida, é possível alcançar esse objetivo.

Equipe de Conteúdo Emplacar Você Produções

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