É com grande prazer que apresentamos uma entrevista exclusiva com o ator Alan Alves, um talentoso artista da agência de atores Emplacar Você, em nosso blog. Vamos descobrir mais sobre sua jornada, suas inspirações e o que o motiva a continuar brilhando nos palcos e nas telas. Nesta entrevista, ele compartilha suas experiências e desafios.
Conte um pouco do Alan. O que gosta de fazer quando não está atuando?
Quando não estou atuando, estou praticando musculação, lendo e provavelmente desenvolvendo meu lado gamer, haha. Mas há pouco descobri uma nova paixão. No ano de 2023, resolvi me aventurar pela área dos editais e, assim, consegui roteirizar um curta que acabou sendo aprovado em uma lei de incentivo e consegui executá-lo neste ano de 2024. Sendo assim, tive essa primeira experiência em roteirizar e dirigir uma produção e achei maravilhoso! Agora, sempre que não estou atuando, também estou desenvolvendo algum roteiro ou fazendo alguma pesquisa para meus próximos projetos.
Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?
O teatro aconteceu muito repentinamente na minha vida. Eu sempre via bastante televisão e sempre achava que aquelas pessoas na tela não eram reais de fato, como eu e você. Para mim, parecia algo inalcançável estar ali; sentia uma sensação estranha, como se quisesse estar ali, mas não sabia como, então só deixava pra lá. Foi quando minha mãe me levou à primeira peça de teatro, e aí aconteceu. Fiquei maravilhado, achei o máximo como os atores eram reais em cena e como eles interagiam com a plateia. Ali se abria um novo mundo pra mim. Lembro de ter saído da apresentação implorando para minha falecida mãe me colocar em alguma aula de teatro. Precisava ao menos tentar; não conseguia pensar em mais nada sem ser estar ali no palco, sendo real para uma plateia.
O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?
Quando eu comecei as minhas aulas de teatro, quem me ajudava bastante e era praticamente a única pessoa que me incentivava era minha mãe. Mas ela acabou falecendo e, com isso, o apoio dela também. Ao mesmo tempo, era época de ENEM e, com a morte dela, as coisas apertaram. Então, eu realmente tive que parar com as aulas de teatro para poder focar no ENEM e logo depois trabalhar. E assim, consegui um emprego de vendedor em uma loja e tive que parar com o teatro. Esse período em que fiquei afastado foi muito triste; sentia muita falta de estar ali no palco, praticando ou ensaiando com o pessoal. Lembro de todo dia querer me demitir e voltar para o teatro, mas durante um tempo tive que fazer esse sacrifício. Graças a Deus, as coisas melhoraram e eu pude voltar.
Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?
Sempre que eu pego algum personagem novo, busco procurar tudo sobre o universo dele. A gente realmente mergulha em outra pessoa, assumindo as inseguranças, os medos e, em algum momento, depois de muito estudo, acabamos pensando como ele. Meu processo é sempre rever tudo o que já estudei. Eu tenho um caderno de estudos onde anotei vários métodos e dicas que tirei dos livros sobre teatro que já li. Então, sempre que pego um personagem novo, faço essa visita ao passado através desse meu caderno. Vou anotando tudo sobre o personagem: os “e se?”, a motivação, os reais objetivos, os obstáculos e pratico tudo para poder encontrá-lo. Uma vez, tive que interpretar um personagem autista que foi inclusive o personagem que me rendeu o prêmio de melhor ator em um festival de teatro. Lembro de pesquisar tudo sobre esse universo neurodivergente, de entrevistas até artigos, até que cheguei na parte física onde acabei pesquisando sobre o que uma pessoa autista sente em uma crise e os diferentes níveis da crise, tudo para poder enriquecer o personagem. E sempre que chega um novo projeto, eu sempre encaro com otimismo, foco e sempre aquele frio na barriga, mas que, na minha opinião, é o que dá graça em viver um novo personagem.
Considera importante que o artista se recicle?
Acho fundamental. O mundo segue evoluindo e a gente tem que ir junto com ele. Eu tenho muitos amigos atores que não curtem usar as redes sociais, são mais low profile, e eu tento sempre orientá-los de que a rede social hoje é a vitrine do ator. Ali você coloca seus trabalhos, divulga sua arte, coisa que há um tempo atrás não rolava. Então, temos que usar isso a nosso favor. O artista tem sempre que se reciclar, aprender a atuar para um novo formato como uma self tapes e muitos outros formatos que ainda virão.
Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?
Eu acho que o que mais faz a gente evoluir é a observação e a vivência. Lembro que, em alguns trabalhos, eu olhava meus colegas atores e percebia como eles atuavam com um detalhismo, uma sutileza, uma jogada de rosto na direção certa e eu ficava admirado com aquilo. Então, cada novo trabalho foi uma nova chance de praticar e conhecer outros métodos de atuação, onde fui absorvendo um pouquinho de cada um e me tornando um pouco melhor. Então, do primeiro trabalho pra cá, eu acho que a minha evolução se deve muito a isso e é muito gratificante perceber essa evolução e ver que hoje eu me desprendi bastante daquela atuação mais teatral, tenho essa vivência de saber me defender pra câmera e sei quando usar o tom certo em um determinado momento, tudo graças a essas experiências.
Conta pra gente da sua experiência no stand up onde estreou seu show de esquetes chamado ”Profissão Comédia”.
Eu sempre tive muita afinidade com a comédia, mas quando o Anderson Braga, que era meu diretor na época, me falou da ideia, eu realmente fiquei empolgado em fazer a profissão comédia. Ali começou uma jornada de muito estudo. Mesmo já tendo essa afinidade, eu precisava saber mais da teoria. Aí, eu fiquei um mês direto em preparação, lendo tudo sobre esquetes, stand-up, improviso, tudo para poder desenvolver os meus textos da melhor forma. Uma autora que me ajudou muito foi a Judy Carter, que me fez entender que a chave da comédia está na surpresa, no punch. Com isso, eu desenvolvi meus textos, fui testando as piadas com os conhecidos e, em outubro de 2021, estreamos. Foi uma experiência maravilhosa; pude ver quais piadas funcionavam, senti o público reagindo aos improvisos e foi muito gratificante ouvir as risadas e sentir aquela sensação de dever cumprido.
Como foi participar de projetos audiovisuais como o longa “Aumenta que é Rock Roll”, “Reis” e “Rainha da Pérsia”.
É sempre bom participar de uma grande produção. Eu, pelo menos, fico encantado quando estou em um set e percebo toda aquela grande estrutura, como se fosse um grande ecossistema onde cada área se completasse. No filme “Aumenta que é Rock n Roll”, onde eu interpreto o Dado Villa-Lobos, foi uma energia surreal, porque foi gravado em uma casa de show no Rio de Janeiro, com plateia e com a gente tocando de verdade. Então, eu realmente me senti parte do Legião tocando para toda aquela galera. Com as novelas não foi diferente; tivemos toda uma preparação para andar a cavalo, lutar com espadas e atirar com arco e flecha, somando toda essa preparação com os cenários e figurinos deslumbrantes que o pessoal da arte desenvolveu. Não tem como não se sentir naquela época bíblica e viver por completo o personagem. Foi uma experiência muito rica onde aprendi bastante, tanto na primeira vez como um dos filhos de ancião em “Reis”, quanto na segunda vivendo o personagem Aridata no núcleo dos vilões em “A Rainha da Pérsia”. Levo essas experiências com muito carinho.
Você protagonizou publicidades de marcas como Unimed e Cultura Inglesa. Como é atuar em comerciais de TV?
Eu, particularmente, amo fazer publicidade. Acho fundamental na carreira do ator fazer comerciais, tanto pela parte financeira quanto para obter um material legal, além de ser muitas vezes a porta de entrada para o mercado profissional. Nas publicidades, o tipo de atuação muitas vezes é um pouco diferente do tipo de atuação que fazemos em uma novela, por exemplo. Depende muito da proposta do cliente; às vezes é um pouco mais teatral, sim. Às vezes, quando a publicidade retrata uma cena do cotidiano, já é uma atuação mais sutil. Eu tento sempre entender o produto para saber qual tipo de atuação eu vou entregar. Todas as publicidades que já fiz foram muito divertidas e eu sempre acabo curtindo muito a gravação. Por exemplo, recentemente eu fiz uma publicidade para o ITAÚ, onde eu faço um dos protagonistas que está em uma festa. A gente acabou dançando bastante e, com isso, rindo bastante. Então, eu diria que trabalhar com publicidade é gratificante como ator, além de ser muito divertido.
Já te acharam parecido com algum ator, artista ou celebridade?
Pode parecer bizarro, mas quando eu era adolescente, as pessoas me comparavam muito com o Justin Bieber. Eu entendo que foi um surto coletivo, pois nunca me achei parecido com ele, haha. Mas agora, na parte da atuação, eu já tive um professor chamado André, que falava que o meu tipo de atuação lembrava muito a do Selton Mello. Claro que eu fiquei honrado; o Selton pra mim é uma das referências que eu tenho, então eu fiquei muito feliz com o comentário dele.
Que personagem gostaria de interpretar?
Eu gostaria muito de interpretar um vilão, mais especificamente, algum personagem com algum transtorno de personalidade, sociopatia, psicopatia. Alguém como o Coringa do Joaquin Phoenix ou do Heath Ledger. Eu acho que vilões são extremamente interessantes de se trabalhar. Muitas das vezes, o vilão salva um filme ou uma novela só pela sua complexidade e por ter despertado o grande interesse do público, além de ter aquela liberdade de poder brincar em cena. Seria um desafio muito bem-vindo interpretar um personagem assim com diversas camadas, onde, no fundo, ele acha que está certo mesmo cometendo as maiores atrocidades. Pra mim, seria uma experiência maravilhosa interpretar um vilão daqueles que todo mundo ama odiar.
Projetos futuros?
Como já comentei, essa área do audiovisual voltada para os editais e chamadas culturais me desperta muito interesse. Meus planos futuros são explorar um pouco mais essas possibilidades e desenvolver mais roteiros de curta-metragens e, talvez muito em breve, um longa, dirigir esses projetos e participar cada vez mais dos festivais. Como ator, meus planos são continuar estudando cada vez mais e me preparando mais ainda para futuras oportunidades, seja na televisão, publicidades ou no cinema. Eu quero estar pronto.
Equipe de Conteúdo Emplacar Você Produções