No mundo da atuação, poucos artistas conseguem traçar uma jornada tão diversificada quanto André Marçal integrante da EVC Talentos, da Emplacar Você Produções. Ator, dublador e coreógrafo de cenas de combate físico.
Com uma formação inicial em Serviço Social, André Marçal encontrou sua verdadeira paixão na atuação e mergulhou de cabeça nesse universo. Sua formação na FESAT (Federação Estadual de Atores e Técnicos) em 2003 serviu como ponto de partida para uma carreira. Mas sua busca pelo aprimoramento não parou por aí; em 2013, Marçal concluiu sua formação como Diretor Cinematográfico na renomada Fundação Joaquim Nabuco, demonstrando seu compromisso em dominar todos os aspectos da arte do entretenimento.
Desde 1996, André Marçal tem sido uma presença constante nos palcos, brilhando em uma variedade de espetáculos tanto para públicos adultos quanto infantis. Sua habilidade de adaptação se estende além dos roteiros, visto que ele também é um coreógrafo de cenas, fruto de sua graduação em duas artes marciais. Essa combinação de treinamento rigoroso e talento inato permite que ele traga uma autenticidade única para suas performances de ação.
O currículo diversificado de Marçal também inclui participações em produções televisivas de destaque. Durante seus sete anos em São Paulo, ele participou de teatro empresarial e infantil, antes de retornar a Belém, onde se destacou em produções da Rede Globo e SBT. Sua atuação como Chico Xavier na peça “Brasil Coração do Mundo” no Rio de Janeiro.
No mundo do cinema e TV, André Marçal fez participações em produções como “A Força do Querer” e a série “Pacto de Sangue”. E não para por aí: em 2023, integrou a terceira temporada da série “Arcanjo Renegado”, interpretando o personagem Topeira.
Nesta entrevista, teremos o privilégio de conhecer mais a jornada desse talentoso artista.
Conte o que gosta de fazer quando não está atuando?
Quando não estou atuando gosto de me exercitar fisicamente com corrida de rua, calistenia e lutas, ler assuntos relacionados às artes e ao espiritismo, assistir e analisar obras cinematográficas e quando possível ajudar algum colega com indicação de trabalhos.
Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?
Meus primeiros passos foram ainda muito jovem na igreja em que minha família frequenta. Eu tive uma base religiosa voltada para o catolicismo e fiz todos os ritos de passagem lá incluindo fazer parte do grupo de jovens. Nesses grupos como é de costume são realizadas durante o ano encenações com temas religiosos, como Semana Santa, Natal, peças sobre drogas etc. Eu fui me apaixonando e aos poucos busquei me aprofundar, participando de oficinas livres e cursos de teatro e não parei mais desde 1996.
O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?
A rotina do ator autônomo muda bastante. Abrimos mão de finais de semana, festas de família, comemorações como aniversários etc. Fazem parte do Hall de coisas que um artista não pode sempre contar. A dedicação de estar sempre preparado, sempre na ativa, nos faz dar atenção para esse tempo que a maioria das pessoas não compreende.
Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?
Esse processo é o que mais gosto na profissão, estudar, reviver, dar forma a alguém que não sou eu. Essa brincadeira muito séria de “faz de conta” é de suma importância para a construção sólida do personagem. Eu gosto de participar de laboratórios (quando cabe) para ter mais elementos e subsídios na composição do personagem. Quanto mais distante de mim o personagem é, mais eu gosto do desafio.
Considera importante que o artista se recicle?
Sim, sempre que possível, eu recomendo que o artista não só se recicle como também procure fazer algo fora de sua rotina para ter mais e mais acervo de material para ele mesmo. Por exemplo, um esporte novo, um estudo sobre outra área artística, etc.
Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?
A palavra se resume em maturidade. A cada trabalho uma conquista de segurança no que faço, e ao mesmo tempo percebendo que tenho muito a aprender, afinal, a vida é um eterno aprendizado e nunca estamos plenos de conhecimento.
Fale um pouco sobre o seu diferencial de ator com lutas marciais, como já usou a sua habilidade em cena e quais foram os trabalhos?
Eu fui atleta a maior parte da minha vida em paralelo às artes cênicas. Tudo que eu sempre quis foi mostrar minhas habilidades marciais nas artes cênicas. Como não tive trabalhos nessa área, eu mesmo decidi fazer as minhas oportunidades e produzi três obras independentes com essa temática que estão disponíveis no YouTube. Uma delas foi o filme de média metragem chamado “Abra os Olhos” e mais dois projetos pilotos, uma obra voltada para o público infantil chamado Xondoro T’ee (Guerreiros Virtuosos em tupi), e um vídeo clipe da série Rocky Star. Em todos alem de atuar eu assino a direção, o roteiro e a coreografia. Além deles eu coreografei uma cena de luta de um curta metragem premiado chamado “Antigamente não Existia Dia” de Adriano Barroso.
Como foi o desafio de viver Chico Xavier no teatro?
Foi a maior surpresa da minha vida. Por ser de grande responsabilidade, uma vez que, sou espírita e fã de Chico, eu quase desisti. Levei dias para dar a resposta ao diretor. Conversei com minha noiva, e ela foi quem me convenceu de fazer. Eu não tenho semelhança física com ele, e pensei que poderia não funcionar. Mas o diretor Caíque Assunção também foi super paciente em me explicar o momento da vida de Chico que seria retratado e o caminho de interpretação que eu tomaria. Eu fiz uma intensa pesquisa nos vídeos antigos dele para poder pegar o máximo que conseguiria dos trejeitos do Chico. Não foi fácil mas aqui estou.
Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades?
Eu não diria que mais gosta, eu estou neste momento focado no cinema e tv. Penso que o ator deve se movimentar nessas três linguagens de forma segura, consciente. Deve entregar ao direror o que ele quer! Então deve estar em exercício sempre. A conciliação se deve a uma palavra: organização. É ficar de olho na agenda e na organização, é ver se o seu visual poderá ou não mudar para encarar um trabalho no meio de outro processo. Estudar as datas e possibilidades. Porque além disso, das datas de trabalhos, às vezes existem períodos de preparação.
Já te acharam parecida com algum ator, artista ou celebridade?
Essa é uma pergunta curiosa porque já disseram que pareço tanta gente que nem sei mais. Mas vou tentar lembrar de alguns aqui: Jorge Vercillo (quando o cabelo está um pouco grande), o ator Fábio Lago (o Baiano de Tropa de Elite), Antônio Banderas, e quando o estou de cavanhaque o Homem de Ferro (que por um acaso já interpretei numa peça infantil).
Que personagem gostaria de interpretar?
Vocês vão rir com essa mas… O personagem Ivan do filme Retroceder Nunca Render-se Jamais interpretado por Jean Claude Van Damme em 1985. Ele era o vilão. O filme não é visto com bons olhos, mas se tornou um clássico cult nos dias de hoje. Mas gosto tanto de interpretar personagens dramáticos quanto cômicos.
Projetos futuros?
Em trabalhos protagonizar um filme brasileiro. Conseguir emplacar um roteiro (também sou roteirista) de longa metragem meu de comédia romântica.
Equipe de Conteúdo Emplacar Você Produções