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Bate-papo com Beatriz Bresolin

Tivemos a oportunidade de conversar com a atriz Beatriz Bresolin, integrante do casting da EVC Talentos. Desde que se mudou para o Rio de Janeiro em 2016, Beatriz tem dedicado sua vida ao aprimoramento artístico, buscando constantemente cursos e experiências enriquecedoras.

Beatriz iniciou sua jornada no teatro como aluna de Márcio Minervino, quando teve sua primeira experiência no palco em uma peça de esquetes cômicas. Estimulada pelo diretor, engatou numa montagem acadêmica do musical “A Ópera do Malandro”, vivendo Lúcia. Essa oportunidade despertou sua paixão pelo teatro, o que foi decisivo para que ela se mudasse para o Rio um mês depois em busca de novos desafios e o aprofundamento de seus conhecimentos no meio artístico.

No Rio de Janeiro, Beatriz participou do curso semi-profissionalizante da Nossa Senhora do Teatro, onde viveu personagens marcantes, como Blanche em “Um Bonde Chamado Desejo” e Florbela Spanca em uma peça biográfica. Como Blanche ganhou o prêmio de Melhor Atriz Protagonista no Festival teatral da Instituição. Essas experiências foram fundamentais para o amadurecimento de sua carreira e a consolidação de sua identidade artística.

A atriz também se aventurou em diferentes áreas do entretenimento, como palhaçaria, dublagem, videoclipes, televisão e cinema. Ela teve a oportunidade de aprender com profissionais renomados, como Andrea Avancini, e de integrar a Cia Duplô, participando de inúmeras temporadas do sensorial “DeFlora-Te”, dirigido por Gabriela Linhares.

Em 2021, Beatriz teve o prazer de receber o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Novo Hamburgo “Fantasnóia” pelo seu desempenho no curta-metragem “A Voz”. Hoje o curta já está disponível no streaming da Claro Tv+.

Nos anos de 2022 e 2023, Beatriz participou de oficinas ministradas por grandes nomes do meio artístico, como Andrea Cavalcanti, Marcio Meirelles, Fernando Philbert, Gilberto Gawronski e Rodrigo Portella e atualmente, Beatriz estuda com o preparador Audrei Andrade e o renomado dublador Ronaldo Júlio, buscando aprimorar suas habilidades e explorar diferentes aspectos da atuação.

Ao longo desta entrevista, conheceremos mais sobre a jornada de Beatriz Bresolin, suas inspirações, desafios e conquistas, bem como suas perspectivas para o futuro. 

Bate-Papo com a Beatriz Bresolin

Conte um pouco o que gosta de fazer quando não está atuando?

Gosto de assistir a filmes e séries, jogar tarô, namorar, ler, ir ao teatro, tomar um café. Viagens, gosto do campo, das praias do nordeste, da serra mineira. Pedalar, dançar e cantar é uma delícia e esse ano quero aprender pole e hip hop.

Beatriz, como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?

Em 2015, nos ensaios finais de uma montagem acadêmica da “Ópera do Malandro” assisti a uma colega performar a cafetina cantando “Viver do Amor”. Quando a banda entrou com um ritmo de um dramático bolero, foi um soco na alma. Ali me lembrei que a arte era um caminho sim, e que pra mim seria o único.

O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?

Abri mão de tudo; conforto, família, amigos, meu lar, segurança, previsibilidade. Desde que me mudei para o Rio, em 2016, não moro com minha mãe e irmãs (hoje em Diamantina) e meu pai, que faleceu em 2018. Passei por repúblicas, quartos alugados, casas de favor, tendo vivido homofobia, intolerância religiosa e profissional e um assédio sexual. Até 2019 me privei dos lazeres para poupar a ajuda dos pais. Hoje me permito mais por conseguir trabalhar. Não fosse minha paixão e certeza, não teria resistido aos golpes. O ator é um grande teimoso.

Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?

Encaro os novos projetos com empolgação e um pouco de ansiedade, normal de todo ator. Debruço-me sobre o texto, investigando na personagem o seu universal, patético e admirável. Internalizo minhas falas e as dos colegas, para uma melhor visão de narrativa e ritmo de contracena.

Com tantos anos de carreira e trabalhos especiais, considera importante que o artista se recicle? 

Sempre. Estou sempre fazendo cursos. Na pandemia, por exemplo, me engajei em treinamentos semanais com um preparador, os quais ainda mantenho.

Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?

Estou mais técnica do que quando comecei. Procuro não me apoiar inteiramente no estado emocional da personagem (que pode vir ou não vir), como também tento não racionalizar demais a interpretação, para que não fique morna ou mecânica. Sigo buscando ferramentas para alcançar o equilíbrio entre vulnerabilidade e domínio.

Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades?

Nem eu sei como concilio tantas atividades. A gente dá um jeito porque faz parte de ser ator no Brasil, né? Admiro quem faz TV por ser muito texto, pressão, ritmo de trabalho e exposição. Traz maturidade e experiência magníficas. O cinema é sublime, me apaixono pelo caráter artístico, potência e tempo diferente. Quanto ao teatro, a reação do público é imediata e há algo de mais autoral pelo ator. Nada se compara.

Como foi o desafio que recentemente lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no festival de Cinema de Novo Hamburgo, o FantasNóia?

Foi um presente poder somar ao roteiro com falas problemáticas que já ouvi em minha carreira. Sophia é uma atriz de vocação, vítima das demandas sufocantes do inconsciente coletivo e do meio artístico, cujas expectativas do belo e do interessante se deturpam pela supervalorização do número de seguidores e padrões enrijecidos. “A Voz” se passa no espaço tempo de 1 cena e ao fazer Sophia e Lux (a voz com que ela interage), precisei reagir e responder às minhas próprias falas gravadas já com pausas para réplicas, o que foi interessante. Recebi, com felicidade, o feedback da direção de que mantive a energia durante todo o dia da filmagem e a surpresa de alguns espectadores, que demoraram a reconhecer que a outra voz era da mesma atriz. É para isso que a gente se dedica.

Já te acharam parecida com alguma atriz, artista ou celebridade?

Não raro pareço com a neta, sobrinha ou prima de alguém. Brinco que devo ter o rosto comum. Quanto a famosos, já citaram uma das filhas da Baby Consuelo (aí me quebrou), a Lana Del Rey e o vocalista do Massacration. Esse, pra mim, foi o melhor.

Personagens que gostaria de interpretar?

Não me pego escolhendo isso ou aquilo porque pra mim todo personagem tem algo de interessante pra se explorar. No entanto, no humor, gosto de criar personagens estereotípicos pra poder usar um pouco de acidez, e no drama já me destinaram muito personagens mais fortes, ativas, extravagantes ou heróicas. Seria um desafio, porém bem-vindo, fazer uma “mocinha”, uma mulher mais discreta ou de uma feminilidade mais doce

Projetos futuros?

Estou escrevendo uma peça de comédia, sigo estudando dublagem e interpretação audiovisual e me embrenhando no cinema. Futuramente penso em treinar jovens atores.

Equipe de Conteúdo Emplacar Você Produções

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