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Bate-papo com Brunno Mourão

É com grande prazer que apresentamos uma entrevista exclusiva com o ator Brunno Mourão, um talentoso artista da agência Emplacar Você, em nosso blog. Vamos conhecer mais sobre sua trajetória, inspirações e o que o motiva a continuar brilhando nos palcos e nas telas. Nesta conversa, Brunno compartilha suas experiências, desafios e sonhos que seguem impulsionando sua carreira.

Conte um pouco de você. O que gosta de fazer quando não está atuando?
Opa! Eu sou o Brunno — originalmente com um “N” só, mas a numeróloga disse que com dois ia dar bom.
Sou um ser de muitos interesses e habilidades: publicitário, ator e terapeuta energético, com experiências e certificações diversas. Um jovem místico, mas com uma boa dose de baixaria também. Amo questionar tudo e todos, odeio respostas prontas ou pontos finais. Gosto de provocar riso e reflexão profunda em quem cruza meu caminho.

Fora do trabalho (e também como parte dele, porque tudo se mistura), meus hobbies são:

Mudar o cabelo — o meu e o dos outros. Entendo bem de cor, corte, e minha família inteira já serviu de cobaia.

Encontrar os amigos pra dar risada e conversar sobre tudo. É nesses momentos que me sinto mais livre e alimento minha veia cômica e reflexiva.

Pedalar sozinho, performando de fone no ouvido, e pegar um solzinho no Aterro do Flamengo.

Dançar e cantar — isso me acende por dentro.

Ir ao teatro, ao cinema, e assistir conteúdos “LGBTQ coded” que me reconfortam e aquecem o coração.

Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começou sua história com a arte?
Tudo começou lá atrás, na escola, quando eu tinha uns 7 ou 8 anos. Fui convidado pra uma peça e interpretei um padre. Lembro até da roupinha marrom com o barbante branco amarrado na cintura.
Nessa época, eu era fissurado em novelas, decorava os nomes dos atores e cruzava com os personagens nos créditos — e fazia questão de mostrar isso pros meus pais (risos).

Logo depois, fiz a oratória da minha formatura do CA, e decorei tudo com afinco, como fiz com o texto do padre.
Na adolescência, fui convidado de novo pra uma peça, mas recusei — não queria me expor por estar enfrentando questões pessoais. Só voltei pro palco mais tarde, no Ensino Médio, por um trabalho obrigatório. Ainda com muita insegurança, mas ali renasceu algo.

Fora da escola, desde pequeno, eu e meus primos criávamos vídeos, personagens, danças, piadas, jingles e paródias. Era uma criação contínua. Até no The Sims a gente inventava histórias. A arte sempre esteve em mim, mesmo antes de eu saber o nome dela.

O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper algo?
Minha trajetória não é linear, como muita coisa em mim. Há 10 anos comecei cursos de teatro, mesmo sabendo que não podia abrir mão de algumas coisas:

Nem da faculdade de Publicidade, que eu quis trancar várias vezes pra estudar Teatro, mas não podia por ser bolsista do ProUni.

Nem da arte, porque, mesmo sendo bom profissional como publicitário, eu vivia com aquela inquietação, sentindo que faltava algo.

Eu fui conciliando tudo. Em 2023 e 2024, cursei a Martins Pena (depois de tentar 5 ou 6 vezes), enquanto trabalhava presencialmente cinco dias por semana. Hoje, em 2025, vivo um novo momento: decidi mergulhar de vez nessa carreira, que tem diversas frentes — teatro, audiovisual, internet — e estou reorganizando minha vida pra materializar tudo isso com mais maturidade e estrutura.

Cada papel é um recomeço. Como você vive esse processo?
É sempre intenso. Dá frio na barriga, ansiedade, empolgação. Eu busco personagens que me desafiem e que não se pareçam comigo ou com os estereótipos que me associam.
Nos últimos tempos, venho entendendo melhor o processo: começo sentindo o personagem no corpo, tentando encontrá-lo dentro de mim. É um trabalho, às vezes, solitário, mas eu faço questão de mostrar a colegas e diretores pra ouvir e lapidar.
Gosto de construir com escuta ativa, mas também de deixar a minha assinatura. É um equilíbrio entre entrega e identidade.

Você considera importante que o artista se recicle?
Com certeza! Ser artista é ser antítese da inércia — acabei de inventar essa e amei (risos).
A reinvenção é essência do nosso trabalho. Evoluir é inevitável, é como seguimos vivos e coerentes com o que o mundo (e a arte) exige da gente.

Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga sua evolução?
Gigantesca. Até pouco tempo, eu ainda me sentia perdido. Hoje, tenho consciência de quem sou, do que posso fazer e onde quero chegar.
Minha evolução começou na mentalidade, e isso mudou tudo: meu fazer, minha entrega, meu planejamento, meu olhar sobre a carreira e sobre mim mesmo.

Consegue escolher entre teatro, cinema e TV? Como você concilia tantas atividades?
Sou do tipo Manifestador-Gerador, no Desenho Humano. Pessoas assim vieram pra inspirar e não caber numa caixa só — e eu me reconheço totalmente nisso.

O teatro tem meu coração. É minha religião. É onde me encontro e me reinvento. Ele me abastece em tudo: criação, relacionamento, conteúdo, vivência.

Cinema e TV são metas em construção. Tenho avançado devagar, como bom capricorniano, mas com consistência e estratégia. Sempre que assisto algo que me toca, sinto vontade de estar ali, de passar mensagens ao mundo com intensidade — mesmo as sutis.

Conciliar é essencial. Eu funciono melhor quando minha vida tá cheia de coisas. Entendi que essas áreas, antes desconectadas, na verdade conversam entre si. E hoje, faço isso pra viver — no sentido financeiro e existencial.

Fale dos seus últimos trabalhos.
Em dezembro de 2024, atuei como um dos protagonistas na peça Pessoas Perfeitas, da Cia. Os Satyros. Vivi o Binho, um trabalhador do sexo que rompe com a família e tenta se reerguer na cidade grande — um personagem intenso, cheio de dor, humanidade e humor ácido.

Em julho de 2024, participei de uma adaptação de O Santo e a Porca, fazendo uma paródia da Luciana Gimenez — cheia de improviso e autenticidade.

Em 2023, estive em O Último Carro, de João das Neves, como Jorge, um operário divertido e tagarela — papel coadjuvante com presença marcante.

Em 2021, atuei no infantil As Aventuras de Olaf, como o Bruxo, personagem que impulsiona o conflito da trama.

Já te compararam com algum artista ou celebridade?
Sim, já disseram que pareço o Jorge Vercillo — e eu achei mesmo (risos).

Que tipo de personagem você gostaria de interpretar?
Sonho em viver um vilão gay, trambiqueiro, que seria também alguém que ascendeu socialmente, se tornou um mestre espiritual completamente atípico e fora dos estereótipos comuns, que começa a causar micro revoluções nas suas bolhas.

Quais são seus projetos futuros?
Minhas apostas estão voltadas para o teatro, o audiovisual e a internet.
Tô estruturando as bases dessas três vertentes que considero meus “berços férteis”. É a partir deles que quero entregar ao mundo minhas ideias, meus personagens e meus afetos.

Equipe de Conteúdo Emplacar Você 

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