É com grande prazer que apresentamos uma entrevista exclusiva com o ator Ewerthon Gonzaga, um talentoso artista da agência Emplacar Você, em nosso blog. Vamos conhecer mais sobre sua trajetória, inspirações e o que o motiva a continuar brilhando nos palcos e nas telas. Nesta conversa, Ewerthon compartilha suas experiências, desafios e sonhos que seguem impulsionando sua carreira.
Conte um pouco de você. O que gosta de fazer quando não está atuando?
Sou ator e dançarino. Sou um jovem alegre, de fé e perseverante, que batalha pelos seus sonhos desde cedo e acredita em um mundo melhor. Amo meu país, sua cultura, e valorizo cada aprendizado da vida. Sou filho de Dona Veralúcia Gonzaga, uma mulher guerreira que criou sozinha quatro filhos. Tenho muito orgulho de ser filho dela, mesmo ela já não estando mais entre nós.
Minha trajetória artística começou aos 12 anos, no grupo teatral Putz! Vai Dar Merda. Ao longo da carreira, participei de montagens como O Analista de Bagé, Auto da Compadecida, Paixão de Cristo e outras. Minha formação passa pela Escola Técnica de Teatro Fátima do Valle, Etec de Artes, Programa Vocacional e Centro Universitário Ítalo Brasileiro, onde me graduei em Licenciatura em Teatro.
Além do teatro, tenho vivência em dança afro-brasileira, contemporânea e de salão, e realizei o sonho de integrar a comissão de frente do Carnaval de São Paulo pelas escolas Tom Maior (2023 e 2025) e Dragões da Real (2024). Também atuei em campanhas publicitárias para marcas como Tim, Novalgina, Claro e Facebook.
Nas horas vagas, adoro estar com os amigos, celebrar a vida e compartilhar momentos. Sou noveleiro assumido — acompanho os capítulos em dia sempre que posso — e também curto assistir séries e sair para andar de patins.
Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?
Minha história com a arte e com o teatro começou cedo, de forma curiosa e persistente, com episódios engraçados e marcantes. Eu tinha 12 para 13 anos quando perguntei a um amigo da escola o que ele queria ser quando crescesse. Ele respondeu: “Quero ser ator.” Perguntei o que era isso e ele disse: “São aquelas pessoas que fazem novelas.” Como eu sempre fui noveleiro — comprava revistas, lia tudo no mesmo dia e acompanhava cada detalhe — respondi: “Quero ser isso aí também!” (risos).
A partir daí, fui atrás de informações e encontrei o Programa Vocacional da Prefeitura de São Paulo, onde dei meus primeiros passos no teatro e na dança. Depois, estudei na Escola Fátima do Valle, onde conquistei meu DRT graças a uma bolsa de estudos.
Aos 15 anos, entrei no Carnaval de São Paulo, primeiro como folião e depois realizando o sonho de integrar comissões de frente de grandes escolas, como Dragões da Real e Tom Maior.
O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?
Com certeza. A vida de um artista envolve escolhas e renúncias. No início, adolescente, eu tinha mais tempo livre e poucas responsabilidades. Mas, com a vida adulta, vieram as contas, o aluguel… e a arte acabou ficando de lado por um tempo.
Enquanto estudava na Escola de Teatro Fátima do Valle, também cursava Educação Física como plano B. Porém, em meio às dificuldades financeiras e à luta da minha mãe contra um câncer, precisei escolher: ou pagava a faculdade, ou continuava no teatro. Só não abandonei porque recebi uma bolsa.
Mesmo depois de conquistar o DRT, em 2017, acabei guardando-o na gaveta e segui outro caminho: cursei Radiologia e trabalhei na área da saúde. Gostava, mas sentia que me afastava do meu verdadeiro sonho. Foi quando decidi largar a estabilidade do CLT para retomar a carreira artística.
Em 2020, entrei na ETEC de Artes, justamente no início da pandemia. Persisti e segui estudando, mesmo diante das dificuldades. Desde então, venho construindo minha trajetória em publicidade, teatro e cinema. Viver de arte exige dedicação, investimento em estudo e muita resiliência diante dos altos e baixos.
Cada papel é um recomeço. Como é para você viver esse processo?
Cada novo projeto é uma mistura de felicidade, entusiasmo e aquele friozinho na barriga (risos). O novo traz insegurança, mas também alegria, pois sigo sonhando em viver integralmente da minha arte. Costumo dizer que o medo não é para paralisar, mas para impulsionar.
Na construção de um personagem, começo observando semelhanças com a minha vida. Quando não encontro, recorro a referências: atores que admiro, obras já vistas e experiências pessoais. Aos poucos, o personagem vai tomando corpo e verdade. Como já disse Miguel Falabella: “É o personagem que escolhe o ator.” E eu mergulho de cabeça nesse processo.
Considera importante que o artista se recicle?
Sem dúvida. Reciclar-se é essencial. O talento pode ser um dom, mas precisa ser lapidado com técnica e conhecimento. Ampliar repertórios em dança, música, esportes e outras linguagens só enriquece o trabalho do ator.
Guardo a frase de um professor: “Tudo é repertório para o ator.” E também a lembrança de uma professora que dizia: “O saber não ocupa espaço.” Hoje, por exemplo, estudo com a atriz Sandra Corveloni no projeto A Escuta do Ator, viabilizado pela Lei Rouanet, uma experiência muito enriquecedora.
Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga sua evolução?
Enxergo com muito otimismo. Não estou mais onde comecei — e isso já é uma vitória. Ainda tenho muito a aprender, quero dominar novas técnicas, aperfeiçoar minha dança e cuidar da saúde para alcançar meus objetivos.
O menino que decidiu ser ator aos 12 anos hoje vê parte do sonho se realizando. Cada personagem me traz felicidade imensa. Como disse Fernanda Torres: “A vida ainda presta” (risos).
Consegue escolher entre teatro, cinema e TV?
Sim. Hoje o teatro é meu favorito, por ser a base de tudo. Mas meu maior sonho é fazer parte do elenco de uma novela do início ao fim. Amo o cinema e a TV, gosto do desafio da câmera e da intensidade que ela exige.
Vejo as três artes como: SONHO – COMEÇO – REALIZAÇÃO. Atuar em qualquer formato é transformar vidas, inclusive a minha.
Conciliar tudo não é fácil. Entre estudos, treinos, alimentação, vida social e casa, não é simples. Mas venho conseguindo me organizar — e pretendo continuar assim (risos).
Fale dos seus últimos trabalhos.
Falar dos meus trabalhos é sempre especial. Em 2025, conclui a graduação em Teatro e, como TCC, encenei Auto da Compadecida. Desde o início quis viver o João Grilo e consegui realizar esse sonho com paixão e entrega. Foi um desafio enorme, mas muito gratificante.
Na publicidade, meu último trabalho foi para Benegrip. Inicialmente como modelo de mão, acabei entrando também no filme como ator coadjuvante — uma surpresa incrível.
No cinema, participei do premiado A Batalha da Rua Maria Antônia, de Vera Egito, como elenco de apoio. Também atuei no curta Mergulho, de Marton Olympio e Anderson de Jesus, como coadjuvante.
Essas experiências reforçam minha certeza de que estou no caminho certo.
Já te acharam parecido com algum artista?
Sim. Já disseram que me pareço com alguns artistas. Fiz teste para uma série sobre Anderson Silva, por essa semelhança. Na CNN, interpretei Gilberto Gil — uma honra enorme.
Minha madrinha sempre dizia: “Você vai ser o nosso Lázaro Ramos da família.” Ser comparado a ele é um grande incentivo. Também admiro Clayton Nascimento, Rodrigo Santana e, claro, Lázaro Ramos, com quem sonho contracenar.
Que personagem gostaria de interpretar?
Tenho três grandes desejos:
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Um jovem de quebrada, para dar voz a histórias reais das comunidades.
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Paulo, personagem vivido por Déo Garcez em Xica da Silva (1996/97).
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Um mocinho de novela, daqueles que sofrem e ressurgem como heróis.
Para mim, qualquer papel é uma oportunidade única de tocar o público.
Projetos futuros?
Pretendo levar aos palcos a peça que escrevi: O que mais o Senhor tem reservado pra mim?, sobre violência policial contra jovens de quebrada e a realidade de mães solo, dentro da vertente do teatro negro.
Quero continuar meus cursos de atuação para TV e cinema e seguir firme nos estudos. Minha grande torcida é para que, em breve, se realize o sonho que cultivo desde os 12 anos: estar no elenco de uma novela, de um filme e de uma série.
Equipe de Conteúdo Emplacar Você
