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Bate-papo com Fabrício Ennes

É com grande prazer que apresentamos uma entrevista exclusiva com o ator Fabrício Ennes, um talentoso artista da agência Emplacar Você, em nosso blog. Vamos conhecer mais sobre sua trajetória, inspirações e o que o motiva a continuar brilhando nos palcos e nas telas. Nesta conversa, Fabrício compartilha suas experiências, desafios e sonhos que seguem impulsionando sua carreira.

Conte um pouco do Fabricio. O que gosta de fazer quando não está atuando?

Atualmente também trabalho como professor de dança e editor de vídeo, então concilio todas essas funções no meu dia a dia. Sou apaixonado pela escrita, por contar histórias de um modo geral, muitas vezes as minhas ideias partem de piadas despretenciosas, que quando acho boas, desenvolvo a ideia central em questão, seja em um poema, música, roteiro… Tento nunca deixar uma ideia passar despercebida. Afinal, não é sempre que elas aparecem. E sobre esportes, eu curto muito tênis e a dança.

Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?

Comecei a fazer teatro aos 12 anos no colégio, já tinha um fascínio muito grande com a área. Depois, no fim do ensino médio, realizei um curso de Improviso que me despertou ainda mais esse desejo por esse universo, e acabando colégio, eu comecei na CAL- Casa das Artes de Laranjeiras, onde eu me aprofundei nos conhecimentos teatrais, os recursos que eu deveria estudar/praticar, e consegui me conectar melhor com o meu “eu artista”. A CAL me deu ferramentas pra que eu pudesse me enxergar como artista.

O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?

Passei a enxergar a profissão com mais maturidade, entendendo que ela vai além da “mais pura e genuína arte”. No set, nem tudo é sobre inspiração—há takes que precisam ser gravados de qualquer forma, e o resultado depende da junção de vários elementos: luz, figurino, música, enquadramento… É um trabalho profundamente coletivo. Precisei abrir mão da segurança de um emprego fixo. Nesse meio, os projetos têm início e fim muito rápidos, então hoje você pode estar produzindo e recebendo, mas amanhã, com o fim do trabalho, volta para a incerteza, esperando por um novo convite. Mas, apesar disso, não me vejo fazendo outra coisa. É nesse universo que me sinto pertencente e completo.

Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?

Tento localizar onde a personagem se encontra em mim. Quais facetas minhas, eu e a personagem, partilhamos em comum dentro das mil facetas que me habitam, saber o que vai atribuir ao tal personagem em questão.

Também busco fazer laboratório para me ambientar melhor as circunstâncias e vivências da personagem. É um processo bem minucioso, de realmente lapidar a si para ver o que faz sentido manter, acrescentar ou retirar.

Encaro cada projeto como uma nova vida a ser vivida, um mergulho profundo em outras realidades que, de alguma forma, sempre dialogam com a minha própria.

Considera importante que o artista se recicle?

Com certeza. Essencial para manter o tesão pelo ofício e continuar crescendo. Além do que, o mercado é dinâmico, e o que faz sucesso hoje pode não ter o mesmo impacto amanhã. Se reinventar também serve para explorar novas possibilidades criativas.

Também acho que a essência do ator está nesse desejo de viver múltiplas vidas. Cada trabalho traz novas camadas, novos desafios e mantém acesa a paixão pela arte.

Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?

Consciente. Com mais confiança e autoestima, me sinto mais potente em cena, sabendo usar melhor minhas ferramentas. Não fujo de quem sou; pelo contrário, busco trazer a personagem até mim, e conceber um encontre entre nós de maneira existente.

Esse crescimento veio através de muito estudo, vivências e da auto permissão para me arriscar e me aceitar. Amadureci como pessoa, e isso reflete diretamente no meu trabalho. Hoje, enxergo a arte com mais lucidez, porém sem perder o brilho nos olhos.

Você fez cursos focados no humor. Conta pra gente sua relação com a comédia.

Eu sempre tive um fascínio e uma admiração muito grande com o humor desde que eu me entendo por gente.

Lembro que, com uns 10 anos, juntava minha mesada para comprar filmes dos Trapalhões. Sempre acompanhei de perto a comédia nacional, tanto no cinema quanto no teatro.

Aprofundei esse interesse com cursos específicos, que me ajudou a estruturar melhor as piadas, e um curso de humor para o audiovisual com Marco Rodrigo, onde aprendi sobre os recursos audiovisuais que potencializam o humor—como trocas de câmera e o timing certo.

Mas meu maior “estudo” sempre foi a minha própria curiosidade. Quando criança, reassistia filmes inúmeras vezes tentando entender: “Por que isso me fez rir?” Voltava a cena e analisava a piada de forma mais racional. Não era um estudo de maneira consciente, mas acabei absorvendo um entendimento mais lógico de como se dá a comédia.

Você teve oportunidade de participar do filme Funk com a direção de Aly Muritiba como foi essa experiência?

Experiência muito rica. Um set repleto de gente talentosa e disposta a fazer, todo mundo vibrando na mesma sintonia para contar uma história necessária. O Aly Muritiba proporciona uma liberdade cênica, de poder improvisar, que aprofunda ainda mais a cena e possibilita uma imersão maior do ator com o momento; instruiu onde queria chegar com a cena, criando uma atmosfera coletiva que faz toda a equipe trabalhar em harmonia para alcançar o melhor resultado. Fiquei grato pela oportunidade de trabalhar com ele, ainda mais num projeto dessa dimensão.

Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida?

Gosto de todos, porque cada um tem suas peculiaridades que os tornam fascinantes para o ator. Cada linguagem tem um encanto próprio.

O teatro é muito vivo, exige presença e energia constante. Você precisa lidar com os imprevistos na hora e sente a conexão energética com a plateia, algo quase visceral. A peça pode ter sido incrível hoje, mas nada garante que será igual amanhã—e é justamente isso que a torna tão única.

O audiovisual (TV e cinema) já é um produto que fica eternizado da forma como é apresentado. Mas ele vai muito além do que o ator entrega em cena—passa pela trilha sonora, pela escolha dos ângulos, pelo timing da edição. Há recursos que podem aprimorar o resultado final, seja um take diferente, uma música que intensifica a emoção ou até uma regravação para ajustar detalhes.

Se tivesse que escolher, ficaria com o cinema—ou melhor, com o audiovisual como um todo. O cinema me atrai porque é o que mais consumo e porque oferece mais tempo para construir o personagem, desenvolver a história e garantir uma pós-produção cuidadosa. Me sinto mais seguro e acredito que consigo me expressar melhor dentro dessa linguagem mais realista.

Já te acharam parecido com algum ator, artista ou celebridade?

Já falaram que pareço com Marcelo Adnet, Fiuk, Fábio Porchart, Felipe Decarolis e Boltalvao. Acho que lembro um pouquinho só… no ângulo certo, com a luz certa, vestindo a mesma roupa e com um pouco de CGI, acho que realmente lembra.

Que personagem gostaria de interpretar?

Gostaria de interpretar um personagem bem controverso, alguém profundamente problemático, que caminha para o lado do mal. Mas não de forma simplista—quero que, através da sua história, o público compreenda a origem desse mal e consiga, de alguma forma, se compadecer com ele. E que ele fosse engraçado, não necessariamente da maneira convencional, pode ser um engraçado estranho. Que mostrasse bem a complexidade da natureza humana.

Projetos futuros?

Meu foco é continuar estudando e mantendo viva minha troca com a arte, seja através da dança, da escrita ou da atuação. Quero sempre me aperfeiçoar e buscar oportunidades que façam sentido para mim.

Em breve, vou gravar um filme infantil, o que é um desafio empolgante, já que é um público com o qual ainda não tive tanta experiência. Um universo que transita pela fantasioso, que permite uma abordagem mais lúdica e expansiva na atuação, o que torna o processo ainda mais rico e instigante.

Equipe de Conteúdo Emplacar Você 

 

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