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Bate-papo com Hana Melo

Nesta entrevista, temos o prazer de conversar com a atriz Hana Melo, que possui uma carreira marcada por uma formação sólida e experiências enriquecedoras no mundo das artes cênicas. Hana é uma integrante do casting da EVC Talentos. 

Sua trajetória conta com inúmeros treinamentos ao lado de profissionais de destaque, como Eduardo Milevics, Camila Amado, Daniel Herz, Emilio de Mello, Anna Kfouri, Grupo AMOK, Luiz D´Mohr, Tourinho, Thais de Campos, Delson Antunes, entre outros.

Além disso, Hana possui uma especialização em atuação para TV e cinema pela conceituada instituição CESGRANRIO, bem como formação na Escola Nacional de Circo, que lhe confere uma versatilidade única em suas performances.

No teatro, Hana Melo coleciona trabalhos de destaque, onde brilhou em produções dirigidas por nomes reconhecidos, tais como “A virada de José”, com direção de Daniel Terra; “Eis a questão”, sob a direção de Daniel Herz; “Perto do coração selvagem”, dirigida por Delson Antunes; “Para os que virão depois de nós”, com Flavia Pucci; “Planeta Terra”, dirigida por Dani Visco; e “Rio, fragmentos de uma cidade”, sob a direção de Ricardo Kosovski.

No audiovisual, Hana se destaca por suas interpretações marcantes, tendo participado de uma série bíblica produzida pela CESGRANRIO, intitulada “Bem Aventurados”, bem como protagonizando o papel de “Chefe do tráfico” na série “Sequestro na rua 43”. Além disso, também deu vida a uma Psicóloga na série “Sala 66”, e interpretou a personagem Carol na série “Sobrevivendo ao Inferno”, ambas sob a direção de Rayssa de Castro.

Nesta entrevista, vamos conhecer mais sobre a trajetória de Hana Melo, suas inspirações artísticas, desafios enfrentados na carreira, bem como suas perspectivas e projetos futuros. 

Conte um pouco que gosta de fazer quando não está atuando?

Quando não estou em cena estou lendo, gosto de ler scripts , roteiros e romances de bons autores. Também gosto de passear com meus filhos, tenho 2 adolescentes. Andamos de patins, bicicleta,  jogamos queimado, adoro praticar esportes com eles, dançar,  viajar, entre outras coisas.

Como aconteceu o teatro na sua vida ? Como e quando começa sua história com a arte?

Meu flerte pelo teatro começou bem cedo, aos 12 anos fiz minha primeira peça teatral no colégio.  Nessa época também entrei na escola de Circo, onde fazia trapézio, aulas de mímica, lira, acrobacias…adorava me apresentar no picadeiro. Mas foi na vida adulta que esta paixão se consolidou, buscando formação profissional e especializações no Brasil e nos EUA.

 O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?

Tudo mudou, venho de uma família tradicional que nunca aceitou minha escolha pela ARTE, sendo assim, me formei em Química,  trabalhei em indústria farmacêutica e laboratórios,  fiz instrumentação cirúrgica por 2 anos , mas não estava feliz. Eu estava recém- formada em Direito- UFRJ, quando comuniquei à minha família que também largaria o Direito para viver de atuação. Havia recebido um convite para atuar e voltaria aos palcos. Somente na ARTE sou feliz.

 Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?

Cada personagem é um novo mergulho em técnicas diferentes e nas minhas dores pessoais em busca de humanização e identificação da personagem. Por mais diferente de mim que seja, essa personagem precisará passar por mim, para que eu possa vivê-la no teatro ou no cinema. Digo vivê-la e não representá-la, sentindo e expressando realmente quem ela é. Amo esse processo de pesquisa.

 Com tantos anos de carreira e trabalhos especiais, considera importante que o artista se recicle?  

Sempre, o artista precisa buscar novas fontes de inspiração e técnicas de trabalho, para que amanhã seu trabalho seja melhor do que hoje e hoje ele seja melhor do que ontem. Até porque personagens diferentes terão características e profundidades diferentes,  não se pode estacionar no que já se sabe fazer. Evoluir é preciso para não cristalizar numa interpretação correta, o artista brilhante se arrisca, busca o novo, se joga sempre mais. Essa é a meta.

 Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução? 

Como todo artista, estou em processo, evoluindo. Hoje tenho muito mais segurança e domínio de algumas técnicas de atuação que me proporcionam um bom desempenho,  porém ainda longe de onde quero chegar. 

Como foi o desafio de viver a Carol, na série Sobrevivendo no Inferno?

Carol me deu muitas descobertas sobre mim mesma, que posso ser mais dura e corajosa do que sou. Carol é uma idealista, apaixonada pela corporação policial,  acredita na justiça e faz o que é certo, custe o que custar. Uma cena muito marcante pra mim, foi quando minha supervisora me fez tirar um bebê ( nascido na cadeia) dos braços da mãe , foi uma cena forte e emocionante, como mãe eu sentia a dor daquela mulher em entregar o filho, porém como policial eu precisava pensar no direito da criança em ter uma vida livre, num ambiente familiar, brincando com outras crianças. Cadeia não é lugar pra criança. 

Como foi participar do espetáculo  “Os que virão depois de nós”, interpretando Paty? 

Foi muito interessante porque fizemos 20 anos da vida das personagens no palco,  elas começavam crianças e seguiam até a vida adulta e suas transformações. Paty criança era voluntariosa e manipuladora, porém teve uma adolescência difícil em meio a ditadura e uma vida adulta onde sofria violência doméstica e se envergonhava disso. Como mulher me emocionava e indignava muito, eram cenas fortes.

Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades? 

Amo estar no palco, o frisson de ser ao vivo e ter a imediata reação das pessoas é incrível, mas me apaixonei pelo cinema. É o universo da composição, de cada detalhe, o ator soma seu trabalho ao do diretor, do olhar da câmera,  do plano de filmagem,  tudo transforma a história. Você só consegue ver a dimensão da cena na edição e é incrível. TV, ainda não tive essa experiência,  mas quero muito a oportunidade.

Que personagem gostaria de interpretar? 

São tantas as personagens, maravilhosas… no teatro: me encanto pelas vilãs poderosas como lady Macbeth, uma das 3 moiras, Medéia, é tão mais interessante fazer uma vilã, dar humanidade, carisma um pouco de humor, fazer o público se identificar e até torcer por elas. Cada personagem deixa muitos aprendizados. Na TV: sou apaixonada por novelas de época, novelas bíblicas, gostaria de fazer uma mulher de um outro tempo, uma outra geração. 

 Projetos futuros?

Fiquei em cartaz recentemente no teatro Vannucci espetáculo “A virada de José”, texto inspirado no poema de Carlos Drummond de Andrade, onde fiz a Gabriela, uma mulher invejosa, vingativa e incompreendida, porém divertida e sedutora. O espetáculo foi uma delícia. 

 Equipe de Conteúdo Emplacar Você Produções

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