É com grande prazer que apresentamos uma entrevista exclusiva com o atriz Jussilene Santana, uma talentosa atriz da agência de atores Emplacar Você, no nosso blog. Vamos descobrir mais sobre sua jornada, suas inspirações e o que o motiva a continuar brilhando nos palcos e nas telas. Nesta entrevista, ela compartilha suas experiências e desafios.
Conte um pouco de você. O que gosta de fazer quando não está atuando?
Eu sou diretora do Instituto Martim Gonçalves – Acervo/Escola/Produtora, que funciona na Cinelândia. Gonçalves foi o professor de Glauber Rocha, Othon Bastos, Antônio Pitanga, Helena Ignez, influenciou Caetano, Gil, Bethania e Gal, naqueles que foram conhecidos como os anos de implantação do Cinema Novo e Tropicália. Reuni 30 mil documentos, coletando-os por 10 países. O artista-professor foi perseguido pelos coronéis nordestinos, por homofóbicos e pela direita que já se articulava para decretar o Golpe Civil-Militar. Bom, na minha escola, existem aulas de corpo, voz, arte marcial, entre outras e faço todas.
Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?
Eu sempre fui uma criança histriônica e contadora de histórias. Eu adorava fazer atos dramáticos e tiradas cômicas. Interpretar é a única função no mundo em que faço por talento e prazer.
O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?
É uma história de idas e vindas, porque meus verdadeiros sonhos ainda não foram conquistados: viver com meus ganhos como atriz e representar o Brasil no exterior (falo inglês, francês, italiano e espanhol).
Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?
Com a alegria de uma criança na manhã de Natal que recebeu o presente que queria. Sou muito disciplinada, pontual e me entrego completamente ao projeto e ao diretor (a). Mergulho de cabeça e faço de tudo para que dê certo.
Considera importante que o artista se recicle?
Todo ator ou tem 2.500 anos de trabalho ou é um recém-nascido.
Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?
Já fiz 4 filmes, 30 espetáculos teatrais e leituras dramáticas, participações em séries (Cine Hollúdy, Passaporte para Liberdade – Sony/Globo), dublagens e rádios-novela. Minha evolução mira um foco e é lá que quero chegar.
Fale um pouco pra gente dos prêmios que ganhou como atriz.
Ganhei o Prêmio Braskem/Petrobrás 2005, como melhor atriz da Bahia, com a personagem Bastos, de Budro; concorri também ao Braskem como melhor atriz em 2011, por Joana d´arc (papel título); concorri, no mesmo prêmio como atriz coadjuvante por Karin, de As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, de Rainer Fassbinder; Fui indicada ao Grande Prêmio do Cinema Nacional, com a personagem Elisa, no filme Capitães de Areia (2013). É muito estimulante ser entusiasmado pela classe, pela nossa gente, pela nossa tribo. Sempre saio mais forte, querendo melhorar mais e dividir. Ganhei o Prêmio Capes de Melhor tese de doutorado do país, do Ministério da Educação, em 2014.
Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades?
Sim. Hoje estou completamente voltada e focada para o audiovisual. Não há escolha. E as tábuas do teatro, a resposta imediata da plateia, recicla qualquer energia.
Já te acharam parecida com alguma atriz, artista ou celebridade?
Sim. Várias! Josephine Langford, Camila Morgado, Ingrid Guimarães, Eva Wilma, Hanna Schygulla, Maria Padilha, Maria Fernanda Cândido, Vera Fischer, Kate Winslet, Rita Hayworth, Marlene Dietrich, Brigitte Helm (a atriz que faz a andróide Maria, do clássico Metrópole), Eva Todor, Dulcina de Moraes, Patrícia Pillar, Glória Menezes, Nathalia Timberg…. entre outras.
Que personagem gostaria de interpretar?
Uma policial, uma espiã, uma chefe do tráfico, uma delegada, uma mulher de negócios, uma alcóolatra, uma assassina, uma amante, uma artista plástica ou escritora idiossincrática, uma investigadora/repórter/fotógrafa, uma dona de casa em conflito com filhos adolescentes, uma mulher que está se separando, uma estrangeira, algum personagens de realismo fantástico, um homem, uma advogada envolvida sem querer numa história sórdida e que luta para limpar seu nome, uma campeã de capoeira, uma herdeira cheia de manias e com bastante humor. Ah, e tem mais.
Projetos futuros?
Ensaios de Hedda Gabler, (personagem título) de Henrik Ibsen (teatro, direção do alemão Ewald Hackler); Participação como jornalista em cenas de Praia dos Ossos, filmado por Andrucha Waddington, ambos sem prazo de estreia.
Equipe de Conteúdo Emplacar Você Produções