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Bate-papo com Me Machado

É com grande prazer que apresentamos uma entrevista exclusiva com a atriz Me Machado, um talentoso artista da agência Emplacar Você, em nosso blog. Vamos conhecer mais sobre sua trajetória, inspirações e o que a motiva a continuar brilhando nos palcos e nas telas. Nesta conversa, Me compartilha suas experiências, desafios e sonhos que seguem impulsionando sua carreira.

Conte um pouco de você. O que gosta de fazer quando não está atuando?

Ah, quando não estou atuando, eu gosto de me jogar em coisas novas! Recentemente, estou me aventurando em aulas de pandeiro e perna de pau — uma experiência completamente nova pra mim, mas está sendo super divertido. Fora isso, adoro me perder em música, conhecer novos artistas e, claro, ir a shows. Sabe, para recarregar as energias, nada melhor do que dar risadas com os amigos. Esses momentos de leveza são tudo! Também adoro ficar em casa maratonando uma série. Qualquer coisa que me conecte com a arte ou que me faça sentir bem, estou dentro!

Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?
O teatro entrou na minha vida meio que como um convite pra eu me libertar. Sempre tive um sonho muito forte de ser cantora, mas o palco me assustava — o medo da opinião dos outros me travava demais. Foi aí que o teatro surgiu como uma possibilidade de cura mesmo. Em 2022, comecei a buscar cursos de teatro pra tentar me soltar mais, vencer esse medo. Acabei entrando na Escola Sesc de Artes Dramáticas e, desde o primeiro contato, senti que o teatro me encontrou, sabe? Foi uma conexão imediata, como se já estivesse me esperando.

Mas minha história com a arte vem de muito antes. Desde pequena, eu era fascinada por apresentações, por ver artistas no palco. Nunca vou esquecer quando ganhei um DVD da Beyoncé, o Live Experience 2007 — eu fiquei completamente hipnotizada com aquilo. A energia, a entrega, a beleza da performance… foi ali que eu entendi que queria estar em cima do palco também. Queria viver aquilo, ser parte desse mundo.

O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?
Muita coisa mudou. Viver da arte, principalmente sendo de periferia, exige coragem e resistência. Já tive que abrir mão de empregos fixos, de conforto, de segurança financeira. E até de alguns rolês. Mas nunca abri mão de mim. Seguir nesse caminho é como escolher todos os dias continuar acreditando na potência do que se faz, mesmo quando parece impossível.

Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?
Para mim, cada personagem é um universo novo. Eu gosto muito de entender os porquês de tudo que ele faz: por que ele fala daquele jeito? Por que age daquela forma? O que o motiva a estar nesse lugar, nessa situação? A partir disso, eu costumo traçar uma linha de vida do personagem — quem ele era antes da cena começar? Qual é a trajetória dele até ali? Quais relações, contextos e histórias cercam essa pessoa e fazem ela ser quem é?

Depois que eu mergulho nisso, eu começo a procurar onde esse personagem vive em mim. O que da história dele se conecta com a minha história pessoal? Onde a gente se encontra? É aí que o personagem ganha vida de verdade — porque eu consigo colocar algo de mim nele, sem deixar de respeitar quem ele é. É um processo profundo, e às vezes até transformador. Cada novo projeto acaba sendo um novo encontro comigo mesma também.

Considera importante que o artista se recicle?
Com certeza!! A arte muda, o mundo muda e a gente também. Reciclar é manter a escuta aberta, é estudar, é errar, é topar o desconforto do novo. Eu acredito muito no poder da curiosidade. Um artista curioso se reinventa. 

Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?
Nossa, mudou muita coisa. No começo, eu era muito insegura. Fazia sem entender de verdade o que estava acontecendo na cena, sem entender o personagem de forma mais profunda. Eu pensava demais, queria “acertar” o tempo todo, e isso me deixava travada. Tentava preencher esse vazio com uma atuação mais caricata, sem conseguir trazer a verdade pra pele, sabe? Era difícil acessar esse lugar mais real, mais vivo.

Hoje, sinto que evoluí muito nesse sentido. Eu consigo me ouvir mais em cena, confiar nas minhas escolhas, no meu corpo, na minha intuição. Consigo jogar com meus parceiros de cena de forma mais aberta, presente, disponível. E, principalmente, acredito mais na minha capacidade de tocar o outro, de emocionar de verdade. Acredito no que eu tenho pra dizer através do teatro.

Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades?
Não consigo escolher não, rs. Cada uma tem seu brilho. O teatro é meu primeiro amor, onde me sinto mais viva. O cinema é poesia em detalhe, tudo ali tem intenção. E a TV é potência de alcance, é chegar onde talvez o palco não alcance. Conciliar tudo é um jogo de agenda, de energia, e de entender que em cada espaço eu posso ser muitas. 

Fale dos seus últimos trabalhos.
Recentemente tenho me dedicado mais à produção cultural, mas sigo alimentando minha trajetória como atriz com muito amor e intensidade. E já estou animada com o que está por vir!

Meu último trabalho no teatro foi na minha peça de formatura, em que apresentamos uma obra do Brecht chamada Ópera dos Três Vinténs. Foi um musical e, ao mesmo tempo, uma experiência desafiadora — tanto pela complexidade da linguagem brechtiana quanto pela proposta estética do distanciamento. Trabalhar com chatrápe, com a quebra da ilusão, foi algo completamente novo pra mim. Me tirou de um lugar confortável e me fez pensar a cena de outro jeito. Foi uma experiência muito rica, que exigiu corpo, voz, análise crítica e consciência de cena. Saí diferente depois dela.

Que personagem gostaria de interpretar?
Ah, eu adoraria interpretar a Viola, de Noite de Reis, de Shakespeare. Ela é cheia de humor, inteligência e uma força incrível, mas ao mesmo tempo tem uma vulnerabilidade muito humana. A forma como ela se disfarça de homem, a confusão das situações e o jogo de cena são tão ricos, e eu me vejo brincando com a comédia e a leveza dessa personagem, sem perder a profundidade das emoções que ela vive. Ela tem um carisma contagiante, e acho que seria maravilhoso explorar essa dualidade entre o humor e as questões mais profundas que ela carrega.

Outra personagem que me encanta é a Rizzo, de Grease. Ela tem uma presença muito forte, é desbocada, segura de si, mas também é uma personagem cheia de camadas emocionais. Ela consegue ser cativante, engraçada e até desafiadora, sem perder a força, e acho que isso é algo que adoro explorar em cena — a mistura de leveza e impacto. Ela é um ícone de carisma e atitude, e seria incrível dar vida a ela, trazendo minha própria interpretação para essa personagem tão cheia de nuances.

Projetos futuros?
Tenho alguns projetos em mente e um desejo grande de continuar explorando a arte de maneiras diferentes. Quero estar mais no palco, buscando sempre personagens desafiadores e que me permitam crescer como atriz. Além disso, estou sempre pensando em projetos colaborativos e também na minha formação contínua. Sigo buscando novos desafios que me permitam evoluir, seja na atuação ou na produção cultural.  



Equipe de Conteúdo Emplacar Você 

 

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