É com grande prazer que apresentamos uma entrevista exclusiva com o ator Sued Lincoln, um talentoso artista da agência Emplacar Você, em nosso blog. Vamos conhecer mais sobre sua trajetória, inspirações e o que o motiva a continuar brilhando nos palcos e nas telas. Nesta conversa, Sued compartilha suas experiências, desafios e sonhos que seguem impulsionando sua carreira.
Conte um pouco de você. O que gosta de fazer quando não está atuando?
Gosto mesmo é de curtir as coisas simples. Ficar em casa assistindo um bom filme ou maratonando séries é um dos meus programas favoritos. Também amo reunir os amigos pra uma noite de jogos. Sempre que posso, vou ao teatro assistir alguma peça, a shows e, se tiver um bom sambinha rolando, sou presença garantida. Sou adepto ao equilíbrio entre a calmaria de casa e a boa energia da convivência com os amigos.
Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?
Nasci em uma cidade do interior de Minas Gerais onde o acesso à cultura era bem limitado. Curiosamente, entrei para um grupo de teatro amador aos 14 anos, antes mesmo de ter assistido a uma peça de teatro. Foi uma daquelas paixões que acontecem à primeira vista. O teatro me pegou de jeito e, desde então, nunca mais me vi longe desse universo. Alguns anos depois, já na fase jovem adulto, decidi seguir meu instinto e me mudei para o Rio de Janeiro com o objetivo de me profissionalizar. Desde então, venho trilhando essa caminhada com muito amor e dedicação.
O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?
Mudou tudo. Aos 21 anos, tomei uma das decisões mais ousadas da minha vida: me mudei para o Rio de Janeiro sem nunca ter pisado na cidade e sem conhecer absolutamente ninguém por aqui. Deixei meu antigo trabalho para trás e fui com a cara e a coragem, com o coração cheio de vontade de viver disso. Foi um salto no escuro, mas, sem dúvidas, a melhor escolha que já fiz. Foi no Rio que me encontrei como artista, como pessoa, e descobri de verdade o caminho que queria trilhar.
Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?
Pra mim, todo início de processo é um grande desafio. Aquela frase clássica de que “ensaio é a alegria do ator” nunca funcionou muito comigo rs. O começo é sempre um momento de muita autocobrança, de busca intensa por um caminho que faça sentido pra mim e pro personagem. Leva um tempo até eu me sentir confortável com o que estou criando. Mas, quando finalmente encontro esse lugar, aí sim começa o prazer e me delicio com as possibilidades, com a liberdade de explorar, de experimentar. É nessa hora que a magia acontece e eu lembro por que amo tanto essa profissão.
Considera importante que o artista se recicle?
Sem dúvidas. Ser artista é estar em constante movimento, é uma profissão que exige estudo contínuo e disponibilidade para se reinventar. Cada segmento, seja teatro, TV ou cinema, demanda um tipo de preparo específico, então é impossível se prender a concepções antigas ou fórmulas prontas. Acredito muito na importância de repensar, reciclar e se abrir ao novo o tempo todo. É isso que mantém a nossa arte viva e pulsante.
Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?
É bem visível. Acho engraçado como, às vezes, a gente assiste a um trabalho de dois anos atrás e já fica se contorcendo, imaginando mil formas diferentes de ter feito aquela cena rs. Mas isso faz parte, é completamente natural. A experiência vai ampliando nosso olhar, nosso repertório, e com isso vêm novas possibilidades de atuação. Hoje, enxergo minha evolução com bastante naturalidade e, principalmente, com paciência comigo mesmo. Faz parte do processo, e cada etapa tem seu valor.
Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades?
Acho a experiência do teatro uma das mais emocionantes e potentes que existem. É ali que o ator sente, de fato, que está no controle do que faz, tudo acontece ao vivo, no presente, nas suas mãos. Mas o audiovisual também tem um valor enorme. Além de alcançar um público muito maior, é muito interessante poder assistir ao próprio trabalho “de fora”, analisar o que funcionou, o que poderia ser diferente… tudo isso vira aprendizado. No fim das contas, vou conciliando naturalmente. Não faço escolhas baseadas no formato, mas sim nas histórias que quero contar. É isso que me move.
Fale dos seus últimos trabalhos.
No início de 2025, estive em cartaz com Medida por Medida, de William Shakespeare, uma das obras mais complexas e provocativas do autor. O texto mergulha em temas como justiça, poder, moralidade e hipocrisia, e tem um tom que transita entre o drama e a comédia — o que torna o desafio ainda maior para o elenco. Foi uma experiência intensa, exigente e extremamente enriquecedora pra mim como ator.
Pouco antes disso, atuei em Cachorro, do Jo Bilac. É um texto potente, contemporâneo, e que me permitiu explorar camadas emocionais bem profundas.
Que personagem gostaria de interpretar?
Não tenho um personagem específico. Curiosamente, eu costumo fazer personagens mais malandros, e é algo que gosto muito, mas hoje em dia não tenho vontade de fazer um personagem específico.
Projetos futuros?
Atualmente estou em cartaz com a peça Entre Nós, uma adaptação do filme homônimo de Paulo Morelli. O espetáculo conta com direção de Ingrid Manzini e fica em cartaz todas as quartas-feiras, às 20h, no teatro Sede das Cias, até o dia 1º de outubro.
No dia 3 de outubro estreio meu próximo projeto, que é a peça Alguma Coisa Falta Aqui, texto de Bernardo Coimbra e direção de Stella Rabello. Ficaremos em cartaz durante todos os finais de semana de outubro, no teatro Domingos de Oliveira.
Equipe de Conteúdo Emplacar Você
