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Bate-papo com Victória Pozzan

Temos a honra de trazer uma entrevista exclusiva com Victória Pozzan que faz parte do casting da EVC Talentos, uma talentosa atriz e artista multifacetada, formada em Atuação Cênica pela UNIRIO. Victória começou sua carreira no mundo do teatro aos 12 anos, integrando o grupo de teatro Abre Alas em sua cidade natal, Fortaleza (CE).

Com 13 anos, em 2011, Victoria estreou no cinema, interpretando o papel de Raquel no longa-metragem “Homens Com Cheiro de Flor”, dirigido por Joe Pimentel. Esse foi apenas o começo de uma carreira promissora, que a levou a explorar diferentes mídias e plataformas.

De 2013 a 2014 Victoria fez parte do elenco de “Malhação Casa Cheia”, da Rede Globo, onde desempenhou o papel de Amanda. Em 2015 protagonizou o curta exibido no Short Film Corner de Cannes “15 Graus Lá Fora”, dirigido por Chico Barbosa.

Sua paixão pelo teatro também foi evidente ao longo de sua carreira. Victoria percorreu diversos festivais de teatro com a cena “Procura-se Profundidade”, junto à Cia Pá. Essa experiência enriquecedora permitiu que ela explorasse sua expressividade artística e compartilhasse sua arte com o público.

Nos anos seguintes, Victoria continuou a se destacar em diferentes projetos, interpretando Mirian na novela “Jesus”, da Rede Record, em 2018, e trabalhando como narradora dos audiobooks “Rios Que Não Correm Para O Mar” e “Memórias Improváveis de Uma Vida Breve”, ambos do renomado contista uruguaio Victor Huerta Arroyo, em 2020.

Mais recentemente, em 2022, Victoria integrou o Núcleo de Teatro da USP, onde teve a oportunidade de atuar na peça “GALILEU”, escrita por Bertolt Brecht e dirigida por René Piazentin. Essa experiência teatral universitária permitiu a ela explorar novas facetas de sua arte e aprofundar-se em personagens desafiadores.

Ao longo dessa entrevista, Victoria nos revelará os desafios, as curiosidades e as lições aprendidas ao longo de sua carreira. Ela compartilhará conosco suas experiências marcantes nos diferentes campos da atuação, cinema e teatro, além de nos proporcionar um vislumbre dos bastidores emocionantes dessa jornada artística.

Bate-Papo com Victória Pozzan

Conte um pouco o que gosta de fazer quando não está atuando?

Quando não estou trabalhando, em geral estou estudando. Uma das coisas que me mantém apaixonada por essa profissão é a prática da pesquisa teatral em grupo. Tento sempre me manter em investigação com algum grupo de teatro, pequeno ou grande, pra justamente aumentar o chão pelo qual vou pisar no futuro (ou já estou pisando). Apesar dos caminhos nessa área profissional serem muito vastos, eu sinto que o meu se fez e se faz tendo o tablado como solo. É o teatro quem também impulsiona minha rotina de leituras. A partir dos interesses que surgem a cada novo começo de processo, surgem novas curiosidades e novos estímulos sobre os quais me debruço. Livros de filosofia, história, ciências sociais, psicologia e teatro são os que mais ocupam minha estante. Mas desde a pandemia a poesia também passou a ser parte forte das minhas “vontades literárias”. 

Como aconteceu o teatro na sua vida? Como e quando começa sua história com a arte?

Eu assistia a peças de teatro infantil quando era pequena e sempre gostei muito. Mas fiquei especialmente encantada quando assisti pela primeira vez “O Pequeno Príncipe”, sendo encenado por uma companhia de teatro cearense (eu sou do Ceará). Quando a peça terminou eu pedi à minha mãe pra começar a fazer teatro, por ter ficado arrebatada pela história, mas também por ter achado bonito aquela coisa de se transformar na frente do público. Os atores na peça faziam vários personagens e eu lembro que fiquei fascinada, parecia uma espécie de mágica. Me deu vontade de aprender. Comecei então a fazer as aulas, descobri que a mágica era muito mais complexa do que imaginava, mas também muito mais deliciosa de se fazer. Me apaixonei perdidamente aos 9 anos. Lembro que passava a semana na expectativa da aula que acontecia aos sábados. Aos poucos a paixão foi se tornando compromisso e eu também fui gostando dessa mudança de relação. Meu professor, Kildare Pinho, era diretor de um grupo profissional, o Abre Alas, de teatro infantil, e aos poucos foi me convidando pra trabalhar com o grupo. Comecei a partir de então a me enxergar na carreira de atriz.

O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?

Desde o meu primeiro trabalho até o momento atual, enxergo minha evolução como uma jornada de constante Eu costumo dizer que não consigo me lembrar do dia em que decidi que trabalharia como atriz e que esta seria minha principal profissão. Os eventos foram acontecendo e eu fui correspondendo a eles. Mas hoje eu acordo e escolho todos os dias continuar atriz, porque até hoje foi a melhor forma que encontrei de ser, em toda a plenitude. Ser atriz me possibilita enxergar e estar no mundo sob várias perspectivas. É como se estivesse sempre com um caleidoscópio ao alcance dos meus olhos. É o que me faz estar na vida como uma grande observadora, apesar de também estar sendo constantemente atingida por ela, justamente por estar disposta às quedas. Ser atriz é aceitar o desequilíbrio como destino, mas saber que é o frio na barriga que alimenta os passos. 

Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?

Meus processos de preparação e contato com cada projeto são bem singulares. Às vezes sinto que preciso me isolar pra imergir no trabalho e concentrar todas as minhas energias nele; às vezes acho que a vida pulsante estimula o processo a florescer, depende muito. Sou uma atriz muito intuitiva, tento respeitar o que minha intuição diz sobre como estudar e entender cada personagem. Mas duas coisas que posso dizer que estão sempre presentes no meu processo são: a leitura sobre os assuntos adjacentes à obra de estudo e algum ritual pra entrar em cena- para dar um exemplo, quando interpretei Mirian, na novela “Jesus”, da Record, eu sempre dançava sozinha antes de entrar em cena, era meu ritual).

Com tantos anos de carreira e trabalhos especiais, considera importante que o artista se recicle? 

Com certeza. E, na minha opinião, o teatro é o melhor jeito de se manter em prática. Por isso eu procuro continuar minhas investigações e estudos em grupo sempre que não estou trabalhando. 

Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?

O amadurecimento é inevitável, ainda bem. Amadurecer na vida torna nosso trabalho artístico também mais profundo e complexo, principalmente pra quem trabalha manipulando emoções como nós atores. À medida que envelheço me torno melhor atriz do que já fui, porque novas camadas de vida vão aparecendo pra mim, novas densidades, descobertas, buracos… Essa é uma das grandes belezas dessa profissão: quanto mais experiência, quanto mais vida, melhor o trabalho é.

Como foi o desafio  de viver Miriam, a melhor amiga de Maria na novela Jesus, dividindo o papel com a Beth Goulart?

Eu tenho um carinho enorme por essa personagem, porque na época ela me exigiu uma coragem e força que eu acho que tinha se perdido um pouco em mim durante a adolescência. Vivi a Mirian aos 20 anos. Ela era uma mulher destemida, afrontosa, apesar de doce também. Sinto que meu processo com a Fernanda Guimarães, nossa querida preparadora de elenco da novela, caminhou no sentido de fazer esse resgate dessa qualidade de força que segue sendo hoje tão fundamental pra mim. Foi muito especial. E a Beth dividir isso comigo, a gente conversava sobre como ela ia se tornando cada vez mais segura de si e de seus princípios ao longo da história, as “camadas de densidade” (sobre as quais eu já falei) iam aumentando mesmo (hahah). Beth foi muitíssimo generosa durante todo o processo, de vez em quando inclusive ia assistir cenas minhas pra afinarmos traços da personalidade da Mirian. Eu sou fã do trabalho dela, a Beth é de uma delicadeza e precisão admiráveis. Aprendi muito observando o cuidado e a dedicação dela com o próprio trabalho.

Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades?

Acho as três áreas bem distintas e tenho por elas afetos bem diferentes. Acho que no teatro tem a delícia da experiência do contato com o público ao vivo; enquanto que o cinema e a tv têm a beleza de produzir um trabalho feito a tantas mãos. Os processos são muito distintos também, cada um tem suas peculiaridades, mas cada um carrega sua artesania.

Já te acharam parecida com alguma artista, artista ou celebridade?

Já me disseram muitas vezes com vários artistas, entre elas a Patrícia Pillar e a Maitê Proença.

Que personagem gostaria de interpretar?

Eu tenho muita vontade de interpretar no cinema ou em série alguma personagem histórica, ou algum artista, alguém que já tenha existido e deixado forte suas marcas no mundo.

Projetos futuros…

Estou agora no Ceará gravando um longa que vou protagonizar. Ainda não posso dar maiores detalhes, mas quando puder, o faço.

Equipe de Conteúdo Emplacar Você Produções

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